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Fernando Pessoa



Biografia de Fernando Pessoa

·       Fernando António Nogueira Pessoa;
·       Nasceu a 13 de Junho de 1888 e morreu a 30 de Novembro de 1935 em Lisboa;
·       Reconhecido como escritor e poeta “Fernando Pessoa”;
·       Educado na África do Sul onde aprendeu perfeitamente o Inglês e escreveu a sua poesia e prosa desde a sua adolescência;
·       Empresário, editor, crítico, literário, jornalista, comentador político, tradutor, inventor, astrólogo e publicitário ao mesmo tempo que produzia as suas obras literárias;
·       Na poesia, Fernando Pessoa desdobrou – se em várias personalidades, reconhecidas como heterónimos;
·       O seu principal trabalho foi a “Mensagem” e Livro do Desassossego”;
A história de Fernando Pessoa divide – se essencialmente em 4 fases:
            Os primeiros anos em Lisboa
Fernando Pessoa nascido em Lisboa vivia com os seus pais e a sua avó, Joaquim de Seabra Pessoa (pai), D. Maria Magdalena Pinheiro Nogueira Pessoa (mãe) e Dionísia (avó materna/paterna?).
A sua infância e a sua adolescência foram marcadas por alguns factos que o influenciaram posteriormente.
O seu pai morre aos 43 anos vítima de tuberculose e um ano depois o seu irmão (Jorge) que ainda nem um ano de vida havia completado.
Então a família Pessoa começou a sentir dificuldades e sua mãe necessitou de leiloar toda a sua mobília e mudar – se para uma casa mais modesta. Foi, então, este o momento em que Fernando Pessoa fez surgir o primeiro heterónimo “Chevalier de Pas”
A sua mãe casa-se pela 2ªvez com o comandante João Miguel Rosa (padrasto), cônsul em Durban (África do Sul).

             Juventude em Durban (África do Sul)

Foi em África que Fernando Pessoa passou maior parte da sua adolescência, e como tal foi aí que despertou a sua faceta na literatura.
Em Durban, fez a sua instrução primária na escola de freiras “West Street”. Em 1899 ingressou no liceu de Durban, nessa mesma altura criou um pseudónimo (Alexander Search), passados dois anos destacou – se como o melhor aluno no exame Cape School High Examination e escreve os seus primeiros poemas em inglês. Sua irmã morre dois anos após a sua aprovação no exame.
Tendo de dividir a atenção da mãe com os filhos do casamento com o padrasto, Pessoa isola – se, o que lhe proporciona momentos de reflexão.
Educado por um regime britânico , onde proporcionou grande contacto com a língua inglesa e com grandes autores como Shakespeare, John Milton, Alfred Tennyson e outros. A língua inglesa teve grande fundamento em toda a vida de Pessoa, dando lhe trabalho como tradutor.
Fernando Pessoa regressa a Lisboa enquanto que a sua família permanecerá em Durban.

            Volta definitiva a Portugal e inicio de Carreira

De regresso a Lisboa, em 1905, Fernando Pessoa continua a criar poemas em inglês e é nesta época que ele entra em contacto com escritores portugueses importantes como, Cesário Verde  e o Padre António Vieira.
Pouco tempo depois, a sua avó Díonisia morre deixando –lhe uma pequena herança com a qual monta uma pequena tipografia (arte de criar texto) que rapidamente faliu.
O café “A Brasileira” era o preferido de Fernando Pessoa e de outros poetas e escritores onde se encontravam para falar e outras coisas.
Em 1915 participou na revista literária Orpheu (Revista Trimestral Literatura), a qual lançou o movimento modernista em Portugal causando escândalos e controvérsias. Nela Fernando Pessoa publicou em seu nome, bem como o heterónimo Àlvaro de Campos .
Em Outubro de 1924, juntamente com o artista Ruy Vaz, foi lançada a revista Athena, na qual fixou o “drama em gente” dos seus heterónimos, publicando poesias Ricardo Reis, Álvaro de Campos e Alberto Caeiro, bem como do ortónimo de Fernando Pessoa.

            Morte

Fernando Pessoa foi internado a Novembro de 1935, vitima de “cólica hepática” causada por cirrose hepática, no entanto, ainda estudos científicos revelam que devido ao excesso de consumo de álcool ao longo da sua Vida tenha sido a principal causa do seu óbito. A sua última e chocante frase no hospital foi em inglês: "I know not what tomorrow will bring" ("Não sei o que o amanhã trará")



                                                        Modernismo em Portugal no Século XIX

O Modernismo em Portugal instalou – se devido á publicação da Revista Orpheu (1915) e devido á crise socioeconómica e degradação de valores.

Este movimento tem como principais características:

§  Atitude irreverente em relação aos padrões estabelecidos;
§  Reação contra o passado, o clássico e o estático;
§  Temática mais particular, individual e não Universal nem genérica;
§  Preferência pelo dinamismo e velocidades vitais;
§  Busca do imprevisível e insólito;
§  Abstenção do sentimentalismo: fácil e falso;
§  Comunicação direta das ideias: linguagem quotidiana;
§  Esforço de originalidade e autencidade;
§  Interesse pela vida interior (estados de alma, espiritualidade,…);
§  Aparente Hermetismo , expressão indireta pela sugestão e associação verbal em vez de absoluta clareza;
§  Valorização do vulgar e bom humor;
§  Liberdade de forma: - verso livre; - ritmo livre; - sem rima; - sem estrofação preestabelecida.

O Modernismo na Literatura surgiu em três fases:

§  Orfismo (discussões culturais na Europa).

o   Intervenção na contestação da velha ordem literária.

§  Presencianismo (discussão sobre teoria da Literatura e sobre novas formas de expressão).

o   Inseriu-se na linha do pensamento e intervenção iniciada com o movimento iniciado pela Revista do Orpheu.

§  Neo-Realismo  (movimento que combateu o fascismo[ditadura] e que defendeu uma Literatura como crítica/denúncia social).

o   Combativismo da Geração 70 (socialismo utópico) e iniciam – se no combate á opressão inspirados pelo socialismo.


Fernando Pessoa – Ortónimo

§  Forma de abalar a sociedade e literatura burguesa gasta através dos seus “ismos” (=um sistema) :  Paulismo, Intersecionismo e Sensacionismo.
§   Fernando Pessoa ortónimo seguia os modelos da poesia tradicional portuguesa.
§   Poeta introvertido e mediativo, anti-sentimental, refletia inquietações e estranhezas que limitavam a realidade.
§  O poema “Mensagem”, exaltação sebastiânica que se cruza um certo desalento, expectativa ansiosa de ressurgimento nacional – faceta misteriosa e espiritual (Hermetismo).

        Estilo e Linguagem

§  Características Temáticas

§  Identidade perdida;
§  Consciência do absurdo da existência;
§  Tensão sinceridade/fingimento, consciência/inconsciência e sonho/realidade;
§  Oposição: sentir/pensar, pensamento/vontade e esperança/desilusão;
§  Anti-sentimentalismo: intelectualização da emoção;
§  Estados negativos: solidão, cepticismo, tédio, angústia, cansaço, desespero e frustração;
§  Inquietação metafísica, dor de viver;
§  Auto-análise.

§  Características Estilisticas

§  Musicalidade  (aliterações, transportes, ritmo, rimas e tom nasal);
§  Verso geralmente curto;
§  Predomínio da quadra e da quintilha (formas tradicionais);
§  Adjetivação expressiva;
§  Linguagem simples mas muito expressiva (cheia de significados escondidos);
§  Pontuação emotiva;
§  Comparações, metáforas, oxímeros (pôr lado a lado duas realidades completamente opostas);
§  Uso de símbolos ( por vezes tradicionais , como o rio, o mar, a água, a brisa, a fonte, as rosas, o azul, ou modernos, como o andaime ou o cais);
§  É fiel á tradição poética “lusitana” e não longe muitas vezes, da quadra popular;
§  Utilização de vários tempos verbais, cada um com o seu significado expressivo consoante a situação.


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